terça-feira, 25 de março de 2008

Curiosidades

O concelho de Vila Pouca de Aguiar produz cinco milhões de toneladas de granito por ano e gera riqueza de cerca de 30 milhões de euros, números que projectaram e têm sido a principal fonte empregadora na região.

«A agricultura está a morrer» Vila Pouca de Aguiar

Colonos vieram nos anos 50 para verem a terra mingar e os filhos emigrar

Nos anos cinquenta do século passado enquanto milhares de portugueses optavam pela emigração várias famílias aceitaram o desafio de colonizar as zonas mais desérticas do Portugal continental.
António de Oliveira Salazar mandou preparar, por intermédio da Junta de Colonização Interna, terrenos para 160 colonos que ocuparam 4.355 hectares de terrenos baldios.
O plano de acção da junta, que foi apresentado em 1937, tinha como objectivo o desenvolvimento da actividade agrícola nos distritos de Portugal com mais área de baldios.
Segundo o professor catedrático Eugénio de Castro Caldas, em \"A Agricultura na História de Portugal\", foram instalados 24 colonos no Alvão (Vila Pouca de Aguiar), 57 nos baldios de Boticas e Montalegre, 12 nos Milagres (Leiria), 36 na Colónia de Martin Rei (Sabugal), 10 na Boalhosa (Paredes de Coura) e 22 na Gafanha (Ílhavo).
Maria Ermelinda Monteiro, 81 anos, espreita pela janela da sua casa para ver passar grandes camiões carregados com as estruturas das torres dos aerogeradores, os símbolos da modernidade que nos últimos tempos invadiram a Serra do Alvão.
A casa onde ainda habita é a mesma que foi concedida à sua família, há 60 anos, pela Junta de Colonização Interna.
Conjuntamente com os terrenos para cultivar, o Estado concedia aos colonos uma casa adaptada às práticas agrícolas, com espaço de moradia e de resguardo e armazenagem de equipamentos e géneros.
\"O meu marido andava a trabalhar nas vinhas no Douro quando fomos convidados a vir morar para aqui. Aceitamos logo e nunca mais de cá saímos\", salientou hoje a idosa, em declarações à agência Lusa.
De Soutelo de Aguiar, a família subiu para o planalto, a poucos quilómetros de distância.
Na zona do Alvão foi incrementado o cultivo da batata entre os colonos, os quais viriam a dar nome às localidades onde foram instalados.
Em Vila Pouca de Aguiar contam-se os Colonos de Soutelo, Colonos de Baixo ou Colonos do Campo de Viação.
Hoje a maior parte dos terrenos da família de Ermelinda estão abandonados, embora o marido, João Oliveira de Carvalho, 79 anos, ainda continue a semear algumas batatas, milho e outros cereais.
Alguns quilómetros mais à frente, Maria Teresa Pipa, 63 anos, conta apenas com a companhia do genro, que, desde que o marido foi internado, a tem ajudado nas lides do campo.
Maria Teresa tinha 23 anos quando aceitou o desafio de ir viver para o planalto do Alvão, onde, durante longos anos, conjuntamente com o marido cultivou batata e centeio.
\"Hoje a agricultura já não dá rendimento nenhum. Semeamos algumas batatas que vendemos a menos de 10 cêntimos o quilo, o mesmo valor que custavam antigamente\", afirmou.
Em jeito de desabafo a agricultora considera que \"no tempo de Salazar era melhor\".
\"Matamos aqui a nossa mocidade. Mas a verdade é que também já não me consigo imaginar a viver noutro sítio\", salientou.
António Guedes, 51 anos, presidente da Junta de freguesia da Lixa, nasceu nos Colonos de Carrazedo do Alvão.
Segundo contou à Lusa, o seu pai, Justo Alexandre Guedes, trabalhava nos caminhos-de-ferro, na Régua, quando leu um anúncio no jornal sobre as colónias.
\"Como o dinheiro que recebia não chegava para quase nada, aceitou vir viver para aqui\", disse. Já com quatro filhos, de um total de dez, e com toda a mobília dentro de um jipe, a família chegou a Carrazedo do Alvão em 1955.
\"Nos primeiros anos cultivou as terras e continuou a trabalhar para o caminho-de-ferro. As terras eram incultas, e, por isso, demoraram a granjear e a produzir\", salientou.
Nos primeiros cinco anos, as famílias tinham direito às sementes e a material de apoio, e, em contrapartida, tinham que pagar o equivalente a cinco contos (25 euros) de renda anual ao Estado.Depois do 25 de Abril, o Estado propôs às famílias a aquisição das propriedades, um negócio que foi aceite pela maior parte delas.
António Guedes diz que, durante vários anos, a agricultura foi rentável.\"Trabalhávamos muito mas a terra rendia e os produtos eram bem vendidos. Há cerca de 20 anos a agricultura entrou em declínio\", afirmou o autarca.
Tal como a maior parte dos irmãos que emigraram, também António Guedes esteve a trabalhar em França, na Suiça e até passou por Lisboa.
No entanto, diz que não descansou enquanto não regressou à terra natal, onde comprou mais duas colónias em terrenos vizinhos aos da propriedade do pai.\"Hoje tenho os terrenos quase todos abandonados. Possuo apenas um pequeno rebanho\", disse.
Foi também nos Colonos de Soutelo que nasceram nove dos 11 filhos do casal e foi, também daqui, que Ermelinda Monteiro viu partir a maioria deles para o estrangeiro.
Os dois filhos de Maria Teresa também emigraram para a França e Espanha. O fenómeno da emigração, comum a toda região transmontana, atingiu muitas das famílias dos colonos.
Os filhos optaram por partir para França, Suiça, Bélgica ou Espanha em busca de melhores condições de vida.\"Muitas casas degradaram-se, os terrenos estão novamente abandonados. A agricultura está a morrer e ninguém faz absolutamente nada\", afirmou António Guedes.
A partir da Junta de Colonização Interna criaram-se, posteriormente, os Grémios da Lavoura, de expressão concelhia, os quais se encarregavam do processo de comercialização dos produtos.
Tratou-se, na época, de uma grande revolução, no meio agrícola e agrário português.
Paula Lima/lusa, 2008-03-21

segunda-feira, 24 de março de 2008

a minha aldeia

É pequenina, mas bela,
A aldeia onde eu nasci;
Quando triste penso nela,
É pequenina, mas bela.
Trago a alma cheia dela...
O coração lá prendi...
É pequenina, mas bela,
A aldeia onde eu nasci.

Emídio Sarmento Borges «Sombras e Claridades, Poemas»

sexta-feira, 21 de março de 2008

Hoje é dia de fazer o Folar

Em Trás-os-Montes, a tradição pascal tem o seu expoente máximo na gastronomia. Com o folar de carne a substituir qualquer iguaria. É uma pão feito de farinha, ovos, azeite, carne de porco, . O folar é presença obrigatória em todas as casas desta região.

O folar é uma espécie de bolo sem açúcar e com carnes cuja receita passa de geração em geração. Cozido em formas geralmente de Barro, rectangulares, que lhe dá uma textura e sabor muito particulares. Para além da farinha, ovos e azeite, também constam carne de porco, enchidos.

A tradição manda que, no dia de Páscoa, toda a gente tenha Folar em casa!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Quinta-Feira Santa

Hoje na aldeia, é dia santo a partir das 12h00, ou seja depois de almoço.
Às pessoas da aldeia reunem-se na capela e vão rezar o terço.
Na Sexta-feira Santa, é dia santo da parte de manhã, até a hora de almoço. Ao contário do resto do país.

Feliz Páscoa!!!

Pascoa - Recados Para Orkut

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terça-feira, 18 de março de 2008

O Folar

O Folar é tradicionalmente o pão da Páscoa em Portugal, um alimento ancestral fruto da mistura ritual e alquímica da água, sal, ovos e farinha de trigo. A forma o conteúdo e o segredo da confecção varia conforme as regiões de Portugal e vai desde o salgado ao doce, nas mais diversas formas.

A tradição do folar tem como base todo um ritual de partilha, solidariedade e confraternização, bem enraizado na gastronomia popular que se perde no tempo e profundamente carregado de significado simbólico e religioso.

É também a oferenda aos afilhados pelos padrinhos e dos fiéis ao padre pela época da Páscoa. Existe neste acto uma ligação muito forte entre este e o pão que Jesus repartiu com os discípulos na última ceia. Nalgumas receitas é encimado por um ovo cozido com casca, que representará simbolicamente o renascimento e Ressurreição de Jesus Cristo.

Particularmente no nordeste de Trás-os-Montes em Chaves ou Valpaços o folar é confeccionado à base de massa fofa e recheado com carne de porco, Presunto, Salpicão e Linguiça.

Pode ser considerado um verdadeiro elo de união entre o Terreno e o Divino pela carga simbólica que representa.

Fonte:http://pt.wikipedia.org/

domingo, 16 de março de 2008

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos abre solenemente a Semana Santa, com a lembrança das Palmas e da paixão, da entrada de Jesus em Jerusalém e a liturgia da palavra que evoca a Paixão do Senhor no Evangelho de São Lucas.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O entrudo em Trâs-os-Montes

Apesar de nalgumas aldeias os costumes irem desaparecendo de ano para ano.
Apesar das influências brasileiras já se fazerem sentir nalgumas comemorações do Carnaval transmontano, ainda há localidades que, nesta quadra, insistem em manter as suas tradições. É o caso de Agarez, em Vila Real, e do Pinhão, em Alijó, onde se faz anualmente o “enterro do Entrudo”.

No entanto, noutras aldeias do distrito, os costumes foram-se perdendo e hoje não são mais que memórias dos mais velhos.
No distrito de Vila Real, não há a tradição dos corsos alegóricos de Carnaval, como acontece noutras zonas do país.

Algumas pequenas localidades da região resistem às influências vindas do Brasil e insistem em manter vivas as suas tradições, como é o caso dos caretos e do “enterro do entrudo”. Assim acontece em Agarez, no concelho de Vila Real, e no Pinhão, em Alijó. Durante a tarde, realiza-se um cortejo, no qual participam quase todos os residentes da localidade. Animados pela música da viola e da concertina, percorrem, a dançar e a cantar, as principais ruas da povoação. Mas é só depois do jantar que a população se reúne novamente, desta vez para o julgamento e o cortejo “fúnebre” do Entrudo. Perante a assistência, é constituído um tribunal, através do qual são apresentadas as sentenças do “defunto”. O padroeiro, porta-voz do Entrudo, apresenta a suas ideias, através das quais tece severas críticas aos poderosos (igreja e políticos) e aos humildes (o povo). Julgado e condenado, o Entrudo é pendurado pelo pescoço, depois de “morto”. Segue-se então o “funeral”. Como num Auto de Fé, um “arcebispo”, um “monge”, um “vigário”, o “padroeiro” e dois “cónegos” seguem atrás do caixão do “defunto” (uma urna com um boneco dentro), que será seguido pelos populares, “sensibilizados” pela “morte” do Entrudo. Este cena representa o fim do Carnaval e o início de “um período de contenção e de preparação para a morte de Cristo”. O escritor e historiador Pires Cabral considera que Agarez e Pinhão representam as únicas tradições carnavalescas que ainda persistem no distrito. Segundo ele, “a realização destes festejos serve de pretexto para as pessoas dizerem aquilo que lhes vai na alma, sem serem condenadas por qualquer tipo de preconceito social”. “É um momento de transgressão à ordem constituída e de pura diversão das populações”, acrescenta.

Tradições perdidas

Se nuns locais a tradição se mantém viva, noutros tem sido difícil preservá-la.
Na aldeia de Águas Santas, em Vila Real, as tradições carnavalescas estão a desaparecer de ano para ano. O padre João Parente recorda que, na sua infância, as mulheres da terra se vestiam de homens. E os homens de mulher. Enfileirados atrás de um burro, os “caretos” percorriam as ruas da aldeia, atirando água e farinha a todos os que aparecessem pela frente. No entanto, esta festa era realizada no domingo que antecedia ao verdadeiro dia de Carnaval, porque terça-feira era dia de trabalho. João Parente recorda ainda que, para além de nesse dia a população “trocar de sexo”, o “rancho era melhorado”, comendo-se vários petiscos à base de carne de porco.
Outra tradição carnavalesca que se perdeu foram os chamados “Bailes da Carolina”. Estes bailes de máscaras, que se realizaram entre o início do século XX e meados da década de 50, no Teatro Circo de Vila Real, reuniam pessoas de todos os estratos sociais, vindas de vários concelhos vizinhos. Os lucros revertiam a favor dos bombeiros voluntários da cidade.Tanto os “Bailes da Carolina” como os caretos de Águas Santas se perderam, devido à emigração e ao envelhecimento da população, e hoje não passam de memórias daqueles que as viveram. O “enterro do Entrudo” em Agarez e no Pinhão vai-se realizando por “carolice”. Mas os habitantes destas localidades garantem que a tradição só deixará de existir se algum dia se quebrar o elo que une as várias gerações, pois os costumes são transmitidos de pais para filhos.

Felipeiros de Tourém

No concelho de Montalegre, é o Carnaval de Tourém que assume características mais tradicionais. Além dos “felipeiros”, rapazes e raparigas vestidos com roupas velhas ou com crossas e com um pano de renda na cara para não serem reconhecidos, o cortejo que percorre as ruas da aldeia é composto por juntas de vacas junguidas e cavalos adornados com coloridas mantas de lã e chocalhos presos ao pescoço.


Fonte: Diário de Trâs-os-Montes.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Euromilhões para GNR 79 militares de Vila Real partilham 800 mil euros


A notícia de que os 800 mil euros vinham para a GNR de Vila Real foi correndo aos poucos de boca em boca. Quem ganhou dificilmente acreditou à primeira.

“À partida a gente não acredita. É sempre daquelas surpresas agradáveis, mas é sempre bom receber algum”, disse à SIC o primeiro-sargento David Rebelo.


O prémio mínimo é 5.000 euros. O máximo 25.000. Alguns já têm planos para gastar o dinheiro, outros nem por isso.


Eduardo Simões, outro militar da GNR de Vila Real, disse que graças ao prémio, o carro que comprou “há duas semanas está liquidado”.


Os 800 mil euros são do segundo prémio, mas se tivesse saído o primeiro provavelmente, haveria algumas desistências da carreira militar.

Agora o tempo é de ansiedade. O prémio já foi reclamado mas só virá a partir do dia 12 de Fevereiro. Até lá, e pelo seguro, o boletim do Euromilhões fica guardado no cofre do chefe.

Fonte: SIC

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

domingo, 6 de janeiro de 2008

Dia de Reis

Em certas regiões do país existe um costume, em que grupos de pessoas cantam cânticos e canções de Natal de porta em porta, na esperança de que as pessoas ofereçam doces, chocolates, etc.

Em muitas aldeias esta tradição mantém-se viva, especialmente no Norte de Portugal. Nesta altura juntam-se os amigos que vão cantar as janeiras a casa dos vizinhos. Antigamente recebiam filhoses, vinho, fumeiro e outros artigos que as pessoas possuíam.
No entanto, cantar as Janeiras ainda se faz um pouco por todo o País. As pessoas visitadas são normalmente muito receptivas aos cantores e aos votos que vêm trazer, dando-lhes algo e desejando a todos um bom ano.
Deixo aqui alguns exemplos de cantigas do dia de reis:

AQUI VIMOS

Aqui vimos, aqui vimosAqui vimos bem sabeisVimos dar as Boas FestasE também cantar os ReisCORONós somos romeiros Ermitas,pastores BISE vimos cantarA mando do Senhor.Se nos quiser dar os ReisNão nos esteja a demorarNós somos de muito longeTemos muito para andarCOROSenhora que está lá dentroÓ linda rosa encarnadaMande a moça à salgadeiraDar janeira avantajadaCORO

Boas noites, meus senhores,Boas noites vimos dar,Vimos pedir as Janeiras,Se no-las quiserem dar.Ano Novo, Ano NovoAno Novo, melhor ano,Vimos cantar as Janeiras,Como é de lei cada ano.Vinde-nos dar as Janeiras,Se no-las houverdes de dar,Somos romeiros de longe,Não podemos cá voltar.

Aqui vimos, aqui vimos Aqui vimos bem sabeisVimos dar as boas festasE também cantar os Reis.Nós somos as criancinhasQue pedimos a cantarPedimos as JaneirinhasE bênção p'ra este lar.Levante-se daí senhoraDesse banco de cortiçaVenha nos dar as JaneirasOu morcela ou chouriça.Levante-se daí senhoraDesse banquinho de prataVenha nos dar as JaneirasQue está um frio que mata.As Janeiras são cantadasDo Natal até aos ReisOlhai lá por vossa casaSe há coisa que nos deis.Boas festas, boas festasEstá a alba a arruçarVenha-nos dar as JaneirasQue temos muito para andar.Obrigado minha senhoraPela sua JaneirinhaP' ro ano cá estaremosNós e mais as criancinhas.Quem diremos nós que vivaNa folhinha da giestaJá lhe cantámos as JaneirasAcabou a nossa festa.